segunda-feira, 29 de julho de 2013

A missão

Certa noite nas esferas celestes, os guardiões convocaram uma legião de anjos. Aquelas figuras imaculadas do maior grau de pureza e bondade foram se juntando num grande espaço repleto de luz, tocando uma doce música ao fundo que harmonizava todo o ambiente que parecia com um grande e belo jardim florido. Dentro de um pequeno espaço de tempo o ambiente já estava tomado pelos querubins, todos confabulando e curiosos pelas novidades reservadas pelos guardiões celestes. Volitando por aquele imenso jardim, as figuras angelicais com suas características individuais e diferentes dons traziam suas personalidades pessoais e curiosas, anjos fraternais, operantes da guarda dos humanos, do amor entre os seres, da proteção das crianças, das deficiências da saúde humana, os intuitivos nas artes entre outros. E de acordo com seu perfil os anjos também tinham suas características pessoais: os mais tímidos, os mais divertidos, os mais apressados, os mais cuidadosos, etc. 
Os anjos de guarda, muitas vezes tinham que agir com rapidez, conforme o pedido emanado da Terra por algum ser humano em apuros. Os intuitivos passavam meses direcionando energia para os mais diferentes artistas humanos, espelhando sensibilidade e beleza. 
Depois de divulgado os direcionamentos dos guardiões e algumas novas designações para o grupo angelical, certo anjo de longos cabelos castanhos semi-encaracolados, sorriso imenso no rosto, olhos brilhantes, muito habituado em suas missões terrestres de proteção, recebeu uma nova missão emergencial, deveria socorrer a uma bela jovem humana que se via numa situação angustiada e de aflição. A bela jovem que ocupava uma determinada função material se via clamando pela ajuda celeste para suportá-la nas decisões rápidas, necessária para suas funções terrenas. 
O anjo instantaneamente posicionou-se ao lado da jovem para acompanha-la e guia-la na situação que estivesse ao seu alcance. Para inspirar a jovem naquilo que se acreditaria ser sua intuição humana. Aos poucos o bondoso anjo emitia sua luz sobre a jovem, amenizando sua angústia e intuindo suas ações para lidar com as situações mais diversas do seu dia-a-dia. 
O anjo percebendo a ansiedade da jovem em reagir à diversidade que era exposta no mais breve possível, rogava para que respirasse, ouvisse quem estava ao seu redor e baseada em sua experiência tomasse a decisão mais correta para amenizar sua angústia. Como num âmbito de polaridade, o anjo intuía a jovem a entender seu próprio potencial, a parar, questionar para ter tempo de entender como reagir. Administrar a ansiedade ouvindo mais para tomar sua decisão, a fazer os devidos questionamentos para entender a expectativa do ambiente e então contribuir com sua resposta às situações que a cercavam. Assim o querubim se tornou um grande companheiro da jovem, suportando-a nas aflições, decisões que aos poucos foram acontecendo naturalmente. 
A jovem passou a ouvir sua própria intuição, controlando a calma, na harmonia, sem mais necessitar da inspiração angelical. Aos poucos o belo anjo retornou às esferas divinas, pois a jovem já abastecida das inspirações celestes dominava seu coração, sua mente, sua própria intuição, mantendo o equilíbrio necessário para compilar suas ações de forma premeditada.

Maurício Martins


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