segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A alquimia do imaginário

Era uma vez, numa cidade não tão distante daqui, um grupo de intelectuais que se encontrava anualmente para uma reunião mágica. Sentados à sombra de uma grande e suntuosa árvore, astrólogos, químicos, magos, antropólogos e matemáticos conversam sobre o sentido da vida e fazem previsões para o futuro.

Inspirados pela riqueza dos assuntos e embalados pela brisa leve que sopra do mar, o grupo não percebe a presença de um intruso no encontro...Com olhos pequenos e brilhantes e de presença muito sutil e atenta, o pequeno aprendiz fotografava cada movimento e escuta com atenção as profecias.

Não adianta tentar detê-lo, tampouco entendê-lo, porque à menor chance de ser notado ou compreendido ele camufla-se rapidamente ao ambiente. Que felicidade a do intruso! Obter informações tão valiosas sobre a vida e seus mistérios...!

Após horas e horas de aprendizado e extasiado com a oportunidade, nosso personagem decide voltar para casa e, no meio do caminho é surpreendido por um belo e colorido arco íris que rabisca o céu com suas cores após a chuva.

Olhando atentamente para o céu ele se dá conta de que, se em outros momentos acreditava no que via, agora ele sabe que aquele tobogã de cores é na verdade uma ilusão de ótica. O resultado imaginado de um lindo e breve encontro entre os raios de sol e as gotas d'água.

Um suspiro breve, uma troca de olhares cúmplice e a vida que segue, no seu ritmo, na cadência do imprevisível e na delícia do imaginário.Que assim seja, até que o tempo decida transformar a imaginação em realidade.